domingo, 29 de julho de 2012

A verdadeira morte de Hitler

Este é um texto curioso. Surgiu como uma proposta diferente na escola, com algumas palavras desconexas.
A pessoa que escreveu foi no mínimo um gênio.

As palavras eram: Soldado, Guerra, Hitler,Tirania, Ditadura, Morte, Armas, Tanque, Injustiça, Massacre, General e PEDÁGIO.


Hitler estava ansioso.
Para um cantor, era um ótimo general.
Por que aquele soldado havia o desafiado para uma “batalha de Karaokê”? justo ele, que nem cantar sabia... seria um desastre total.
Hitler era conhecido como o rei da guerra, e tinha a morte nas costas. Aliás, várias mortes. Fora responsável por grandes massacres, como o holocausto. Cobrava pedágio pela circulação na cidade, e, se suas decisões não fossem acatadas, mandava um tanque invadir a casa do oponente e... não existia mais oponente.
Mas aquilo era diferente. Havia sido desafiado em público, e, se não aceitasse o desafia perderia a moral diante de seus homens. O senhor das armas estava diante de seu maior, e, por incrível que pareça, mas difícil desafia. Matar era fácil perto daquilo.
Quando o dia chegou, o líder da ditadura alemã estava muito nervoso. Estavam lá todos os membros da alta tirania, e, no meio do círculo, o karaokê.  O mais temido carrasco do nosso ditador.
As regras foram dadas, e o soldado foi o primeiro a cantar.
“Nada do que foi será...” – Hitler tremia. – “Tudo muda o tempo todo, no mundooooo...” a hora chegava. – “como uma onda no mar...” – acabou. Agora era a sua vez.
Hitler começou. A voz embargada, e o coração saltitando no peito.
“Existe alguém esperando por você...” – ele tossiu, - Mas uma guerra sem razão, já são tantas as crianças com armas na mão...” – era um horror. E por três vezes ele disse os últimos versos da música – “o senhor da guerra, não gosta de crianças, o senhor da guerra, não gosta de crianças...”
Hitler estava humilhado. Como se não bastasse, o soldado cantou a vitória...
“É só isso, não tem mais jeito. Acabou. Boa sorte...”.
Todos riam de sua cara. Era o fim. Sem mais moral, cansado, Hitler se matou, e pôs fim ao seu sofrimento. O mestre das armas matou-se pela música.
Postado por: Kaio Rodrigues

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Inimigo do Estado

Queria muito escrever um texto sobre o dia do Escritor, mas meu tempo infelizmente não me permite. Em breve talvez eu consiga. Até lá, deixo esse, que, sem dúvida, não é meu melhor texto, mas foi o único que meus estudos e demais compromissos me permitiram escrever.
Obrigado!
Inimigo do Estado

A forma como ele havia o olhado mexeu com os pensamentos de Lucas Bell.
Sem dúvida aquele não fora um olhar de afeição, cumplicidade ou mesmo amizade. Era um olhar ruim, maldoso. 
Um olhar de morte.
Lucas estava numa estação de metrô. As pessoas passavam afobadas de lá para cá, sem olhar ninguém ao redor. Todas faziam isso, exceto Lucas.
Entenda: Quando se é um fugitivo do governo, todo o cuidado é pouco. Principalmente quando se está fugindo por ter matado um presidente. O presidente mais amado de toda a história daquele pequeno país.
Lucas Bell olhava nos olhos de cada um dos que estavam na estação. O rosto era escondido por um chapéu coco negro; mesma cor das vestes, no estilo Sherlock Holmes.
Foi então que viu um homem se aproximar, e rapidamente soube quem era, sem mesmo o conhecer.
O homem se aproximava dele, sedento por sua morte. Usava roupa escura, tentando não chamar a atenção... mas não conseguiu.
Ao vê-lo, Lucas correu. Entrou no meio das pessoas, indiferentes a tudo o que estava prestes a acontecer.
Ao vê-lo correr, o outro homem também o fez. E sacou uma arma de prata, de balas grossas. Ideal para matar gente da laia de Lucas.
Pela estação, presa e predador corriam freneticamente, sem se dar ao luxo de respirar. Um para salvar a vida. Outro para tirá-la do oponente.
Poucas foram as pessoas que notaram o homem armada na estação, e menos ainda as que ouviram o disparo fatal, que cessou a vida no inimigo numero um do estado.
A polícia chegou, e pouco fez para salvar a vida daquele homem que já conheciam há muito.
E, verdade seja dita, a justiça se fez.
Mas Lucas Bell deixou seu legado em seu país. Um grande legado. Não disse bom, mas grande.
Texto de Kaio Rodrigues

terça-feira, 17 de julho de 2012

Paredes de concreto


Os brancos chamavam aquela região de Coqueirais. Já os negros, a chamavam de Campos de punição, ou simplesmente zona de Terror.
O que importa era que, negros ou brancos, todos sabiam que naquelas fazendas na beira-rio, repleta de coqueiros, que davam nome ao local, pessoas sofriam, enquanto outras enriqueciam.
Se fosse lá há cento e vinte anos, veria negros peneirando café, regando árvores e plantando mais grãos. Veria crianças desde cedo começando a sofrer, e veria mulheres engravidando de senhores, a quem não podiam negar momentos de deleite conquistados com ameaça.
Veria hora ou outra crianças brancas partindo com malas lotadas para enfrentar difíceis jornadas para chegarem à Europa para estudar. Pois eram estas crianças brancas.
Mas eis que um dia algo aconteceu. Talvez um dia eu conte toda a história, mas o que nos importa neste momento é que um jovem de doze anos não viajou no dia previsto, e voltou para a fazenda do pai.
Foi na época em que o café sustentava o Brasil, e Zumbi fundava quilombos. O menino nasceu com o nome de Luís Bezerra Neto. A pele alva só tinha uma imperfeição, um corte no canto do olho, que lhe rendia alguns apelidos entre os seus.
Já ela nasceu na senzala, entre paredes de concreto, tristeza e sofrimento. Seu nome era Maria Lurdes, e apenas isso. Vestia roupas surradas, que haviam sido de outras três crianças, antes de chegar a ela. De pés descalços ela se divertia em horas vagas, que quase nunca vagavam.
Quando voltou, triste por ter de alterar o dia de seu embarque, Luís foi se queixar com seus amigos. Dois pajens tentavam acompanhá-lo, mas apenas tentavam, pois era rebelde, e fugiu deles, e acabou se perdendo.
Ela também corria. O feitor em seu encalço. E se chocaram em meio à distração. E bendito seja o deus que abençoou aquele momento, e a pessoa que o eternizou nestas linhas.
- O que... Quem é você? – ele perguntou assustado. O pai sempre o alertara a se manter bem distante de gente daquele tipo.
- Chamo-me Maria de Lurdes! – disse ela decidida.  – Você deve ser o Branquinho que vive na casa. Pois saiba que não gosto de gente como você, e do jeito que tratam gente como eu.
Ele ficou vermelho de raiva.
- Meu pai vai chicotear o seu. Vão arrancar sua língua por isso. – disse ele, mas já naquele momento, na parte mais árida de seu coração, um milagre acontecia, e algo dava frutos.
A discussão que se seguiu só os juntou mais. Ambos puderam desabafar seus traumas um com o outro, e notaram algo em comum: ambos sofriam, mas por motivos diversos.
E a paixão uniu os dois seres nos anos que se seguiram, e eles enfrentaram desafios para se manterem juntos. Ele matou ao pai. Ela perdeu o seu como castigo pela afronta aos brancos.
Antes dos 20 anos eles fugiram, e nunca mais foram vistos em pessoa na Região de Coqueirais.
Os mais falantes, porém, ainda hoje dizem que um casal maltrapilho volta e meia aparecia na Zona do terror, e conversava com antigos escravos, e faziam belíssimos discursos no meio da noite, trazendo alegria e conforto aos pobres. Mas o que mais intriga era que esse misterioso casal desaparecia na manhã seguinte deixando em paredes de casas a seguinte mensagem: “Não existe cor, nem raça, mas existe um deus, e este é incolor”.
Texto de: Kaio Rodrigues

terça-feira, 10 de julho de 2012

Sonhos




O menino olhava a foto da época em que ainda era criança com um aperto no coração. – Ora, eu comecei chamando-o de menino, mas queria dizer homem. Sim, pois nos seus vinte e “uns” anos ele não podia ser chamado de menino. Existia sim um menino que habitara aquele corpo, mas ele o deixara há muito tempo. O deixara, não. Havia sido expulso a força.

Perguntam-me quem é o menino. Sinceramente, não sei dizer, assim como não sei descrevê-lo fisicamente. Mas posso garantir que em seu interior havia uma junção de sonhos, alguns realizados, muitos ainda não, que o transformavam no que ele era. Sim, pois somos apenas isso: frutos de nossos sonhos.

Mas o sonho que aquele menino-homem olhava na fotografia era um sonho de criança; um sonho sem dono, fruto da imaginação. Um sonho que se fora há muito tempo, juntamente com a parte de menino. Um sonho que não voltaria mais.

Largando a fotografia, ele reverberou. Agora não sobre os sonhos antigos, os de menino, mas sobre os sonhos do futuro. Eram naqueles momentos que ele se via da forma que ele mais queria. A melhor forma possível!? A forma de homem. Eram nesses momentos que ele via simplesmente a beleza da vida, e que percebia que o menino não existia mais, a não ser em sonhos – e cá estamos nós de novo falando de sonhos.

Voltando mais uma vez ao passado, ele se lembrava dos bonecos que havia trocado pelos livros – muitos deles. – Lembrava dos amigos que deixara para trás... Muitos pelo tempo, alguns por capricho, outros por Sonhos.

Agora peço a você que ponha a mão na testa e tente se lembrar: quantos amigos já perdeu por sonhos? Quantas vezes você abriu mão deles para ficar até mais tarde estudando – ou não – para passar para a universidade... e mais ainda: Quantos sonhos já perdeu por seus amigos?

Ah, a crueldade da vida; que nos faz escolher entre coisas tão importantes. Entre o sono ou a alegria, entre a praia ou a neve... Entre o sonho e o amigo.

Erga, amigo – acho que já posso chamá-lo assim –, as mãos para o céu se você nunca precisou fazer uma escolha desta, pois bendito é o homem que tem tudo o que quer, e sabe reconhecer esse Tudo, para não se perder no vazio do nada.

Mas acima de tudo lembre-se: um de meus amigos sempre diz que “Não vale a pena viver nos sonhos e se esquecer de viver”!

Homenagem não Póstuma a uma amiga de sobrenome esquisito, que todos os dias é obrigada a escolher entre amigos e sonhos. Que seus sonhos se realizem, pois amigos não lhe faltam.



Texto de: Kaio Rodrigues


terça-feira, 3 de julho de 2012

Acerto de contas

É uma história simples, mas que fala de uma realidade em qualquer parte do mundo, em qualquer lugar onde as diferenças não são respeitadas.
Vamos lá:




Acerto de contas.

“Existe um mundo onde os mais variados homens, as mais variadas culturas, vivem em perfeita harmonia. Para chegarmos até este mundo, existe apenas um portal, e ele só pode ser alcançado por duas coisas: Educação e Tolerância...”.
K. P. Rodrigues

xistem duas culturas que vivem num mesmo país, mas de tão diferentes, as pessoas as pintaram como inimigas. Esta história conta como um representante de cada cultura se encontrou, e o que aconteceu depois disso...
O homem de vestes chamativas, rebenque na cintura, lenço no pescoço e botas com espora caminhava devagar pela estrada de terra. O chapéu o protegia do sol agreste. Era um Gaúcho.
O outro, um sertanejo de cara amarrada, calça de couro, botas resistentes, chapéu e gibão, tinha olhar preocupado, e não estava ali para brincadeira. Era um arretado cearense, cheio de sonhos e convicções.
- Que tu queres de mim? – perguntou o gaúcho. – a troco de que me chamaste seu chinelão?
- Óia, vamos resolver de uma vez esta peleja, cabra. Ouvi dizer que os Bocós de sua terra xingam o povo nordestino. Só porque são ricos, não quer dizer sejam melhores que nós.
- Bah! Realmente somos mais ricos, “mas azar é do goleiro”. Não quero nem saber. Mas não falamos mal de vocês. Tu que falas mal de nós.
- Vocês dizem que somos breguessos. Objetos sem valor. Mas saiba que os melhores bolos, as melhores comidas, somos nós quem fazemos.
- Tu falas como se isso fosse grande coisa. Nossa carne é a melhor do mundo. Amamos churrasco.
- Você acha que isso é muito. Somos a região mais visitada dopais.
- Bah! Isso porque as pessoas não gostam do frio. Brasileiro não sabe o que é bom.
- Só não te dou uns cascudos porque não gosto de violência. Essa peleja é verbal.
- Suas mulheres têm tantos filhos que parecem coelhos. – O gaúcho tentava irritar o outro.
- E as suas mulheres são tão catraias, feias, que não encontram bons maridos.
[...]
E aquela discussão se manteve por horas a fio. É melhor não mostrá-la toda, pois crianças irão ler isso. Uma discussão sem motivo, pois um país tão grande quanto o Brasil, tão rico culturalmente, é capaz de abrigar povos dos mais diferentes tipos.
Discussões como essa ocorrem diariamente, entre diversos povos e diversas culturas, seja em nosso país, seja pelo mundo afora. Mas o importante é que Gaúchos, Nordestinos, Nortistas... podem ser muito diferentes; mas são filhos da mesma terra. De nossa imensa Pátria... Mãe Gentil.
Texto de: Kaio Rodrigues

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