Ganhei mês passado de presente a trilogia completa desta nova e brilhante série de um autor brasileiro que merece um bom reconhecimento por tamanha obra. Caçadores de Bruxas reúne fantasia, rock e sentimentos a cada nova página, e, cá entre nós, quer algo melhor que isso tudo junto?
Demorei um pouco a entrar neste novo mundo, onde existiam bruxas más, personagens de contos de fadas e seres fantásticos (e fodásticos), mas ergui minha cabeça e comecei de uma vez.
Ainda no prefácio, percebi que ele criou um mundo paralelo, onde as pessoas não acreditam nem cultuam deuses, pois esses se afastaram há muito tempo das pessoas. Nesse mundo, eles preferiram seguir os semi-deuses, pois esse sim estavam ali e podiam realmente ajudar, bastava chamar, não eram sonhos. Os filhos dos deuses podiam ser tocados e podiam ajudar diretamente um “etheriano”. Aqui vale uma boa pausa para reflexão.
A história é contada a maneira dos bardos, imagine-se em volta a uma grande fogueira, vários amigos, e ali, como centro das atenções o contador de histórias, que conversa com você, que abre paralelos, explica-se, deixa assuntos para depois… enfim, no início, achei um pouco cansativo, eram muitas informações, e não estou exagerando não! Precisei de várias pausas para tomar fôlego e assimilar coisas. A parte boa, é que essa sensação vai embora, e depois você não consegue mais desgrudar do livro para sabe logo o desfecho.
Óbvio que comecei a adorar quando começa a explicação de que existem bruxas boas (Aliás: bruxa é substantivo e não adjetivo!). Nesse momento notei algumas divergências com relação aos rituais e luas correspondentes, mas não sei dizer se seriam erratas, já que como estamos em outro mundo, com apenas 5 dias da semana. Vai saber se nova Ether não é o tipo de planeta que possui 2, 3, 4 luas…. Viajei, desculpa.
“Ambas já haviam explicado à menina o que ela deveria fazer e estavam ali apenas após pedir a permissão da Criadora para isso. A vassoura já havia sido usada para limpar as energias negativas do local. Um pouco de sal foi salpicado no círculo pela menina. Ela já havia entendido que ele simbolizava o elemento terra.”
Esse outro trecho parece um tapa na cara (ou pelo menos deveria!)
“Quantos inocentes também não pagaram pela guerra que fora sua Caçada de Bruxas. E se as mães imploraram e juraram inocência fossem realmente inocentes? E… pelos semideuses… as crianças… semideuses, as crianças… que o Criador o perdoasse se tudo fosse uma falha sua. E quantos crimes não averiguados, e quantos soldados indignos da farda, e quanto abuso de poder nos guerreiros envolvidos?”
Esse é o tipo de livro que possui várias entrelinhas no meio, e fica a critério do leitor enxergá-las ou não. São questões dos dia-a-dia que acabam sendo levantadas e às vezes debatidas na história, mas que cabem perfeitamente e nosso mundo, e nossa “realidade”… Vale à pena a leitura, vale a cada pausa para reflexão.
Pense assim, tomando cuidado para não entregar a história. Lembra-se das perguntas que sempre quis fazer a respeito de um ou outro conto de fadas, mas nunca teve coragem, ou, se as fez, nunca obteve uma resposta plausível?? Então, creio que Dragões de Éter é maravilhoso para dar asas a sua imaginação!!! Eu por exemplo, nunca me conformei em tirarem a vovozinha viva e inteira de dentro de um lobo faminto.
Minha nota é 9 (1-10)
Por: Kaio Rodrigues
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